Das muitas e variadas visitas a Espanha (já lhe perdi a conta), há uma visita que se tornou um hábito: visitar o Museu Rainha Sofia. Foi lá que encontrei pela primeira vez o Guernica, foi lá que as palavras me falharam por não conseguir traduzir o espanto perante a dimensão física (já não falo da dimensão histórica) de tal quadro. Impressiona, sem dúvida. Hbituados que estamos a ver nos nossos livros de História o rectângulo a preto e branco de um Guarnicazinho, não esperamos o confronto de uma parede descomunal, cheia desta preciosidade. Não me canso de o visitar, cada ida parece um refresh à minha memória e a descoberta do que não estava na gravura imprensa.
Curiosamente, o sentido inverso, sentimo-lo no Museu do Louvre quando ''visitamos'' La Geconde. Chegamos com a sensação de encontrar a grandiosidade do quadro de Leonardo Da Vinci e confrontamo-nos com um retrato de bilhete de identidade, visto a metros de distâncio, através de vidros reforçados e à prova de tudo, até mesmo do ma-olhado. Mal se consegue ver a dita cuja e a fila para a ver é tanta que mal temos tempo de parar e dispender uns minutos para ver a donna pois os empurrões dos que estão atrás querem vê-la tanto quanto nós a queremos ver. Assim, há artistas que nos vão ensinando como fazer a nossa própria Gioconda para «botá-la» toda pintadinha em cima da lareira.
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