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terça-feira, 15 de junho de 2010

A minha vida dava um filme (onde é que já ouvi isto?)

A minha vida dava um filme??? Acho que a vida de todos dava um filme, só precisamos de um Kevin Costner para dançar com os lobos, de um Manuel de Oliveira para os mais sossegados, para outros um Spielberg, um Francis Ford Coppola, do Steven Soderbergh (com ''Sexo, Mentiras e Vídeo''), de um Almodovar , um Tim Burton a inbentar heróis, ou um Ang Lee – O Segredo de Brokeback Mountain -, agradecemos ao Ron Howard – Uma Mente Brilhante , Mel Gibson - Braveheart, Sydney Pollack, com África Minha, e tantos outros que já não me lembro.

Não sou, propriamente, uma cinéfola, gosto de ver filmes, «prontos». às vezes nem me lembro do nome dos actores, porém, lembro-me de todas as histórias que vi. Também não tenho nenhuma categoria preferida, contudo, não gosto de filmes de horror. Também não exageremos... vá, não sejam assim, nem tudo é Nicolas Spark. Às vezes a Tv está só ligada, sem som, com os bonecos a mexer e eu gosto de lhes inventar as vozes, perceber o timbre, ''ouvir'' a música com o som desligado. Gosto de ouvir um filme no silêncio da noite.

Houve um altura em que ia muito ao cinema, aproveitava as ptomoções, os descontos das salas de cinema e nem os clubes de vídeo faziam concorrência ao gosto que era ir à bilheteira do cinema, comprar o bilhete, sentar-me resfalfadamente na poltrona da sala com o meu baldinho de pipocas e ver o filme. E fazia-o onde quer que estivesse. Um dia lembro-me de estar em Paris e ir ver um filme de cartaz. Estive todo o tempo à espera do tão habitual intervalo, mas não havia. Pura e simplesmente, não havia intervalo. Então?? onde estava o lado social?? como podíamos conviver sem haver intervalo?? Pois é, era entrar e sair. Não tinha lá muita piada, por isso, fiz o que de melhor os franceses fazem para conviver: comer!!

Aqui há dias pus-me a lembrar dos filmes da minha vida e os que estavam fora dela, não obstante, o que me veio mesmo à ideia era o cinema ao ar livre, no velhinho recinto da feira, onde nos juntávamos para conversar (acho que ninguém mesmo via o filme, mas tinhamos de chegar com o bilhete a casa). Quando aparecia o cinema de Verão, era mesmo Verão, de manga arregaçada, sandalinha colorida, blusinha fresquinha e o casaquinho atado à cintura (de onde nunca se tirava, fizésse frio ou calor), a dar o «toque» colorido à toilette.

Os filmes tornaram-se mais bonitos, mais «perfeitinhos», os actores passam todos pelo Photoshop e os realizadores fazem corte e costura nas sofisticadas máquinas e tudo sai impecavelmente admoestado pelos técnicos invisíveis. Até os actores estão a adaptar-se ao seu novo papel dentro da indústria cinematográfica.

Outro tópico que me ficou: a greve (já esquecida) dos argumentistas e, claro, a amistosa solidariedade dos actores que a eles se juntaram, talvez com receio que eles deixassem de escrever para eles.

A minha vida dava um filme?? Claro que dava, mas sem ensaios, sem intervalos ou, como diria o velhinho Charlie Chaplin "A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos." ou como diz um meu muito amigo «A vida são umas férias que a morte nos concede». The End.

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